A transformação exponencial é possível e precisa ser realizada para que as organizações vivam e proporcionem um cenário de abundância no futuro próximo – essa foi uma das conclusões do Innovation Forum ON, que ocorreu no dia 10 de dezembro

 

O Innovation Forum ON foi a primeira edição totalmente online do evento que é um dos maiores encontros de TI e inovação do Brasil – e o principal palco da Comunidade ScanSource. Unindo os maiores fabricantes de tecnologia do mercado e profissionais de referência em áreas tão diferentes quanto saúde, educação corporativa, finanças e consultoria de negócios, o #IFON20 atraiu 4,7 mil pessoas no dia 10 de dezembro e provocou discussões que levaram a um entendimento maior sobre as organizações exponenciais — que, segundo alguns analistas de negócios e futuristas, serão as únicas a prosperarem no futuro.

Fundamentalmente, uma organização exponencial é aquela que consegue entregar aquilo que promete de maneira 10 vezes mais rápida, barata e eficiente que a concorrência. Para isso, ela se vale não só de tecnologias organizacionais, mas, principalmente, de uma nova forma de pensar.

O que fazer com um mundo de armazenamento e computação infinitos? Nossa mente não está preparada para isso. O pensamento linear permite uma projeção do futuro mais estratificada, perceptível, porém muito limitada. Já a curva exponencial vai muito além. Por razões fisiológicas, somos muito ruins em enxergá-la. A própria maneira como o coronavírus se espalhou é um exemplo – assombroso – da velocidade exponencial. Não à toa, tivemos dificuldade em entender como o vírus se espalhou tão rápido”, destacou o keynote speaker do Innovation Forum ON, Salim Ismail.

Ismail foi um dos fundadores da Singularity University e é coautor do livro Organizações exponenciais: Por que elas são 10 vezes melhores, mais rápidas e mais baratas que a sua (e o que fazer a respeito). Falando diretamente do Canadá, Salim compartilhou, em duas sessões no evento, os 11 segredos para crescer exponencialmente, aplicáveis a organizações de qualquer porte. São eles:


  1. Interfaces: criando formas ágeis e intuitivas de se relacionar com todos os públicos da organização (não apenas os clientes);
  2. Dashboards: ou painéis de controle, que permitam um acompanhamento em tempo real e favoreçam as mudanças rápidas, sem esbarrar em estruturas corporativas engessadas;
  3. Experimentação: não se inova fazendo o mesmo de sempre. É preciso haver espaço para tentar o novo, medindo seus resultados e até aprendendo com os possíveis erros;
  4. Autonomia: se você tem os profissionais certos ao seu lado, precisa deixá-los trabalhar. Pode haver espaço para direcionamento, mas o controle rígido e a excessiva hierarquia vertical são adversários do pensamento exponencial;
  5. Tecnologias sociais: a abundância é consequência da exponencialidade e precisa ser estimulada e multiplicada socialmente, dentro do propósito da empresa;
  6. Equipe por demanda: como os desafios mudam, faz muito mais sentido ter o grupo de pessoas adequadas e necessárias para cada projeto em vez de uma equipe fixa que pode se mostrar inadequada para alguns desafios pontuais;
  7. Comunidade e público: apenas atrair pessoas não é suficiente, é preciso que elas se sintam parte de uma comunidade, o que implica estar comprometida e solidária com os demais integrantes;
  8. Algoritmos: a inteligência artificial e o aprendizado de máquina devem ser mais do que palavras “da moda”, repetidas por quem não compreende seu potencial;
  9. Ativos alavancados: melhor que possuir ativos é alugá-los ou compartilhá-los para minimizar as demandas de capital e aumentar a agilidade;
  10. Engajamento: gamificação, retornos positivos e redes de contato devem ser criadas e estimuladas, aumentando a paixão dos públicos envolvidos.

E você se pergunta: por que essa lista para em 10 segredos, se foram prometidos 11? É porque o último “jogador” desse time permeia e orienta todos os demais. É o PMT: Propósito Massivo de Transformação. Ou seja, as organizações se tornam exponenciais quando têm propósito e esse propósito deve ser viabilizado e conduzido através das outras 10 práticas.

 

Transformação em movimento

“Quando você tenta uma inovação disruptiva, o sistema imunológico da organização te ataca”, afirmou Alexandre Conde, presidente da ScanSource Brasil, destacando que os protagonistas dessa inovação são as pessoas, e não as tecnologias. “Olhe sempre para os clientes. Entender e facilitar a vida deles é o que vai criar o seu diferencial.  Até porque, inovação boa é aquela que melhora a vida do seu cliente”, disse o executivo.

Vários insights como esse foram colhidos ao longo das discussões do evento, que além de executivos da Scan, contou com representantes da alta liderança da indústria de TI. Além deles, especialistas de diferentes áreas ligadas à inovação apresentaram suas visões sobre questões de carreira, tecnologia e práticas de negócios. Confira alguns desses insights a seguir:

“Não fiquemos restritos às tecnologias de hoje.  O modelo de negócios não é estático nem vai durar para sempre. Não há garantias de que aquilo que está dando certo hoje continuará assim para sempre. Estamos trabalhando com tecnologias que potencializam nossa capacidade cognitiva. As do passado, como o carro e o avião, potencializavam nossa capacidade física. Mas a capacitação da cognição muda totalmente o cenário do futuro”.

Cezar Taurion, VP da consultoria Cia. Técnica

 

 

“Tudo que foi feito até agora [durante a pandemia] vai ser um grande legado para as empresas, as pessoas e a sociedade em geral. Aí, sim, é que conheceremos o ‘novo normal’ e aprenderemos a lidar com um mundo mais equilibrado.  Hoje, o que temos é somente um novo presente.”

Marcio Rodrigues, presidente da Avaya Brasil

 

 

 

 

“O líder do passado era quem tinha muito conhecimento prático do negócio e assumia a dianteira, num sistema top-down. A liderança tinha a ver com há quanto tempo o profissional estava lá ou quão esperto era. Hoje, a liderança é servil — deve considerar como servir às pessoas — e data-driven. Já os profissionais de campo são demand-driven, o que torna a equipe um grupo de solucionadores de problemas.”

Salim Ismail, escritor e co-fundador da Singularity University

 

 

 

“O maior concorrente de uma concessionária de estrada, hoje em dia, é o home office. O maior concorrente de uma companhia aérea é o Zoom”.

Luís Rasquilha, CEO da Inova Consulting

 

 

 

 

 

“Quando se cria um ambiente de experimentação e inovação com segurança psicológica, as chances de êxito são maiores. Hoje, não queremos tirar as pessoas da zona de conforto. Elas precisam de um certo conforto para inovar, precisam saber que podem errar”.

Francisco Milagres, consultor da Mirach Ventures

 

 

 

 

 

“As empresas deixam de existir porque só percebem que precisam se transformar quando já é tarde demais. A melhor forma de evitar isso é com uma nova educação, voltada ao mundo digital e não mais ao mundo da Revolução Industrial”.

Giampaolo Michelucci, VP e gerente-geral de Enterprise da Dell 

 

 

 

 

 

“Costumo dizer à minha equipe que é preciso ficar rouco de tanto escutar. Quero dizer com isso que é preciso fazer as perguntas certas e quantas forem necessárias para ouvir as respostas dos clientes e entender o que ele quer e precisa”.

Antenor Paglione, diretor regional de vendas da Fortinet